quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Semeando possibilidades

Escrita por mim e desenhada pelo brilhante Antonio Eder, a hq que passarei a postar por aqui com intervalos regulares de dois dias, Pássaros Artificiais é uma história criada na intenção de ser lida numa infinidade de ordens possíveis. Ou, pelo menos, uma boa meia dúzia de boas opções.

Embora seja um jornalista (desses que se formaram para exercer a digna profissão de datilógrafo), admito que emendar cá uma sinopse, ou um resumo da coisa toda não é lá muito fácil. Sobre a história, digo apenas que é uma trama de redenção, uma descoberta genealógica.

A investigação e descoberta de uma mitologia familiar é empreendida por Cristina, personagem protagonista desta história que, em meio a uma desgastante relação amorosa que caminha para o fim, é obrigada a voltar para a cidade natal por conta do falecimento do avô.

A história, criada para ser lida em ordens aleatórias, foi (e está sendo) publicada semanalmente no Light, suplemente de fim de semana do jornal A Voz da Serra, em que eu mantenho uma coluna, e no qual atuei como jornalista por quase um ano. No jornal, a história está sendo apresentada pela metade, por opção minha e de Antonio, já que pela fórmula desenvolvida, acreditamos que ela seria plenamente entendida dessa forma. Ou, pelo menos, eu acreditei e o Antonio, louco, entrou na onda.

Vejam bem, a estrutura preparada era de trinta e duas páginas que, publicadas em um gibi comum, grampeado, deveria ser lida de cabo a rabo, e depois, grampos soltos, lida em duas novas ordens pré-estabelecidas: 32-1, 30-3, 28-5... até 18-15, e 2-31, 4-29, até 16-17. A seguir, o leitor que topasse entrar na loucura, que tratasse de colecionar e inventar novas ordens, indo ao cúmulo de traduzir páginas que estivessem em esperanto (algo que não pudemos fazer para a versão de A Voz da Serra), verificar folhas contra a luz e descobrir novas páginas, apagar balões e criar novos diálogos, descobrir outras ligações... e o que mais suas mentes privilegiadas de leitores esquizofrênicos e loucos pudessem imaginar. Ficaria muito grato, alias, que ao fim desta hipotética leitura da versão impressa (que ainda virá), não sobrasse uma única linha do que escrevi, e que tudo mais fosse recriado.

Delírios...

Então, eis que aqui eu e Antonio colocamos no ar a versão publicada no jornal, e que já não é a mesma anteriormente estipulada, por razões que serão explicadas mais a frente, conforme as páginas vão pro ar.

Espero que gostem. Ou desgostem. Ou criem.

3 comentários:

  1. Legal, só n gostei do nome da personagem...

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  2. to adorando...meu pai vai adorar ler em esperanto... só num entendi os 2 dias!??!

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